A morte é o caminho natural da vida. As leis humanas são claras: nascer, crescer e partir. Regras são regras, devem ser cumpridas. Por que então, desejamos ardentemente ficar por aqui, mesmo sabendo que a partida é o que há de mais inevitável? Vários são os motivos, mas quero falar de dois:

1. AMOR. Nos dias terrenos, em uma vida humana curta ou longa, aprendemos sobre o invisível sentimento chamado amor.

Esse sentimento inspira a liberdade. Quem ama e é amado, passa a ser livre de qualquer prisão. É como flutuar apesar das dificuldades.

 Quando o amor floresce, nos tornamos apegados ao bem-estar que ele causa. Desejamos conviver com esse amor para sempre. Porém, não é possível amar para sempre na terra.

 Nossa viagem de volta ao infinito está programada e o bilhete está comprado. Quando a morte chega é preciso saber que o corpo se dissipa, mas o amor não. Seremos amados a distância, assim como nós também, amaremos de algum lugar do universo. O amor será um passaporte para viagens energéticas.

Teremos muitas visitas a fazer, afinal orações humanas merecem visitas de consolo e amor.

Sendo assim, lembremo-nos, as leis humanas são claras, nascer, crescer e partir. Quando? Jamais saberemos, mas o amor nunca nos deixará flutuando no vácuo, ele será nosso cordão umbilical, ligado a todos que nos ensinaram a amar.

       2. SOLIDÃO. Ir embora é sempre um mistério, pois não sabemos o que esperar. A solidão é dolorida e adora ir conosco, desbravar outros mundos.

Tanto para quem vai e para quem fica, o espaço vazio é uma sombra que se instala, sem dia para partir. Um buraco aberto pelo amor e tirado com muita dor.

A solidão é a dor do silêncio eterno. Não desejamos vagar sem alguém segurando nossa mão. Somos viajantes com inúmeras exigências. Quando chega a hora de partir, as exigências desaparecem e é o amor que suavizará a solidão dos que se despedem.

Sejamos gratos a solidão, pois ela nos ensina que o outro é fundamental. Sejamos gratos ao amor, que nos permite o reencontro, toda vez que orações são emanadas lá da terra.

Irlei Hammes Wiesel julho 2021.